Os dois poderes




Por que o judiciário brasileiro impõe respeito e o legislativo e o executivo nos apavoram repetidamente? Para um cidadão comum se tornar juiz é necessário uma formação em direito, que dura em média cinco anos de estudos, precisa-se ainda executar um trabalho com função jurídica por mais três anos e passar no concurso onde há uma prova escrita e prova de títulos; detalhe: É necessário escolher uma área específica, visto que o conhecimento jurídico é extremamente amplo. Assim, são oito anos na área fora o tempo de estudos e preparação para passar no concurso; portanto não é exagero dizer que se leva praticamente uma década para alguém chegar a ser chamado de juiz. Agora me responta: Quanto tempo de preparação é necessário para ser presidente? Quanto tempo é necessário para ser deputado, senador ou governador? Acho que todos sabemos a resposta. Hoje o Estado existe. Hoje há desigualdade social. Hoje há de ser feitas melhorias legislativas e executivas, logo não podemos deixar de escolher representantes para o executivo e legislativo; mas é realmente correto qualquer um assumir a função? (desde que tenha votos, é claro). É uma reflexão importante e deve ser feita. Como alguém pode criar um lei ou melhorá-la sem nunca ter refletido sobre esta? Como alguém pode assumir altos cargos executivos sem saber o mínimo sobre administração pública, economia, sociologia ou até mesmo história? Enfim, fala-se apenas que moral ilibada é condição suficiente para alguém assumir um cargo público mediante voto popular, e nada é falado sobre competência. O produto que receberemos de legisladores e executores são frutos da competência das pessoas que lá estão. Quando tal assunto é posto em pauta, o famoso argumento de que somente a famosa "elite" seria eleita se exigíssemos prova de competência, é invocado automaticamente quando tal assunto é posto em pauta, porém tal argumento é altamente questionável e também pode ser discutido. Enfim, para não prolongar o texto, é bom dar um exemplo: A PEC 241, mais uma vez, será votada por algumas pessoas sem conhecimento econômico. Tal proposta decidirá a vida de duzentas milhões de pessoas pelos próximos vinte anos. Os cartazes e bandeiras contra ou a favor são levantados imediatamente por pessoas que também não tem o mínimo de conhecimento necessário para isso. Parece inocente esperar que as decisões tomadas sejam baseadas em análise apurada dos prós e contras da situação e não baseadas em sentimentalismo barato ou interesses particulares.

0 comentários:

Copyright © 2013 Território Crítico